10 COISAS QUE VOCÊ DEVE SABER SOBRE PACO FERNÁNDEZ OCHOA
Quem foi Paco Fernández Ochoa? Que marcos e curiosidades nos aproximam dele e de sua história? Foi o primeiro esquiador alpino de origem espanhola a dar uma vitória à Espanha nos desportos de neve e, da mesma forma que descobrimos Blanca Fernández Ochoa num artigo anterior, hoje queremos mostrar-lhe quem era seu irmão.
Era 1972 e o mundo olhava para a península que acabava de ver o nascimento de uma estrela. Francisco Fernández Ochoa, ou como seus amigos mais próximos o chamariam de 'Paquito', marcou o início de uma linhagem de atletas olímpicos entre seus irmãos que seguiriam seus passos, como aconteceu com Blanca. Desta forma, em nosso artigo de hoje contaremos todos aqueles fatos curiosos sobre Paco Fernandez Ochoa que você talvez não conheça.
1. ONDE E QUANDO NASCEU PACO FERNÁNDEZ OCHOA?
Francisco Fernández Ochoa nasceu no ano 1950, no dia 25 de fevereiro. Originário de Madrid, mas criado nas montanhas, mais precisamente em Cercedilla, na Serra de Guadarrama. O motivo? Seu pai era instrutor de esqui em Puerto de Navacerrada e ele, sendo o mais velho de 7 irmãos, foi o primeiro a ter contato com os esportes alpinos, despertando assim sua paixão e talento inato.
2. COMO VOCÊ APRENDEU A ESQUI?
Como diria seu tio, ele aprendeu “da maneira mais difícil”. Com um método pouco ortodoxo, seu tio Manolo acompanhava Paco pelas encostas de Navacerrada e ali viam descidas ocasionais. Paco, como lembram seus familiares, sempre foi muito curioso, mas ao mesmo tempo um tanto cauteloso. Seu tio Manolo tinha visto aquela “faísca” nele, então dizia coisas como: “ou se jogue fora ou te darei duas hóstias”. E Paco, de apenas 6 anos, não fez nada além de obedecer. Mas havia nele uma confiança inata: praticar esportes na neve estava em seu sangue.
3. COMO FORAM OS PRIMEIROS ANOS DE VIDA DE PACO FERNÁNDEZ OCHOA?
Sua infância sempre foi cercada de neve e montanhas, então aos 10 anos ele decide contar aos pais que gostaria de se preparar para alguma competição profissional. Foi então que, aos 13 anos, no Grande Prémio de Andorra estreou-se pela primeira no slalom especial e terminou em quarto lugar. Foi uma grande surpresa para ele e sua família. Finalmente, foram eles que tomaram a decisão de que, faltando quase um ano para terminar os estudos, ele abandonasse o ESO e se dedicasse totalmente ao esqui alpino.
4. OS PALMARES DE PACO FERNÁNDEZ OCHOA
O primeiro prémio foi o Grande Prémio de Andorra em 1963 onde obteve o quarto lugar. Em seguida, conquistou o Troféu Primera Nieve no Vale de Aran onde superou o até então campeão Luis Viu, também espanhol. Anos mais tarde e com um pouco mais de experiência, aos 18 anos decidiu fazer a sua primeira estreia olímpica nos jogos de Grenoble onde ficou em 23º lugar no slalom e no downhill, situação que começou a incentivá-lo a continuar a perseguir o seu sonho: alcançar uma medalha olímpica.
5. OS MOMENTOS MAIS CRÍTICOS DA CARREIRA DE PACO FERNÁNDEZ OCHOA
Ao longo de sua carreira esportiva e profissional, o atleta olímpico passou por altos e baixos que colocaram sua vida em risco no nível profissional. A primeira delas foi em 1966, quando ele tinha apenas 16 anos e começava a competir nas grandes ligas. Sofreu uma grave queda que desencadeou um desvio na coluna, ficando quase dois meses sem poder esquiar e estando às portas de uma das competições mais importantes de sua carreira naquela época: o campeonato Cervinia. Algum tempo depois, em 1970 sofre outro acidente que o faz perder a consciência em Val Gardena.
6. FRANCO O PARABÉNS APÓS SUA VITÓRIA
Nunca se considerou uma pessoa política e, no entanto, após a sua vitória no Japão, suspeitou-se que no seu regresso estaria acompanhado pelos mais altos escalões do Estado. Quando chegou a Madrid, as ruas o idolatravam e ele era um verdadeiro herói. Quando chegou a El Pardo, Franco saiu de lá para felicitá-lo, apertou-lhe a mão e sussurrou-lhe algumas frases que se lembra de lhe ter dito queA Espanha precisava de mais jovens como ele.
7. PACO FERNÁNDEZ OCHOA E SEU AMOR PELO REAL MADRID
Ele esteve sempre nos bastidores apoiando a sua equipa no Bernabéu. Porém, o trabalho e a carreira profissional o fizeram viajar pelo mundo todo e isso o impediu de assistir a todos os jogos do seu tão querido time de futebol. Foi então que ele começou a ser a imagem da marca de esqui Ellenesse e isso o levou a se mudar para Barcelona, como ele iria torcer pelo seu time no estádio? Acontece que seu amigo, com quem morava na época, propôs um acordo: Paco iria buscar seus filhos todos os dias e em troca poderia deixar que o escudo do Real Madrid fosse colocado na porta da casa de seu amigo, que era um torcedor do Real Madrid, Barcelona. Isso sim foi uma amizade!
8. A VITÓRIA OLÍMPICA DE PACO FERNÁNDEZ OCHOA
O momento de glória veio quando ele tinha 22 anos. Em 13 de fevereiro de 1972, 37 participantes competiam naquele momento na prova técnica de slalom. Paco foi o mais rápido deles, com o tempo de 109 segundos e 27 centésimos. Paco venceu atletas de classe mundial como Augert, Duvillard ou Thoeni, e para surpresa de muitos foi a primeira medalha de ouro que a Espanha recebeu e também em um esporte de inverno, o que deixou todos surpresos por ser um atleta de um país considerada quente e com pouca tradição em esportes de neve. O que não sabiam é que Navacerrada o havia criado.
9. O CHUVEIRO QUE ia deixar PACO FERNÁNDEZ OCHOA SEM MEDALHA OLÍMPICA
Como uma anedota engraçada, quando ganhou o ouro olímpico e estava prestes a recebê-lo, Paco achou que seria uma boa ideia tomar banho antes de receber a medalha, pois assim estaria em melhores condições para tal evento importante. Foi então que ela decidiu tomar banho e se vestir adequadamente para receber o prêmio. Porém, quando foram entrar no local da cerimônia, para a qual já estavam atrasados, quem controlava a entrada não acreditou nele e no amigo. Segundo ele, não acreditaram porque era espanhol e, nas palavras de Paco: “era como se um austríaco estivesse tentando entrar no local de vendas para reclamar um prêmio”.
10. VIDA: UM SLALOM
Paco Fernández Ochoa foi sem dúvida um atleta capaz de tudo, mas o câncer linfático se tornou seu teste mais difícil, roubando seu último suspiro em sua casa em Cercedilla no ano 2006. Meses atrás haviam descoberto um tumor do tamanho de uma laranja: infelizmente o câncer estava muito avançado. Naquele momento, Paco sentiu medo, mas vendo o apoio da família e dos amigos, criou coragem e argumentação e começou a ver aquela etapa da sua vida como um slalom. Ele preferia cair por ser corajoso do que por ser covarde, então estava disposto a dar mil por mil. Nos seus últimos dias aguentou ao máximo porque queria estar na homenagem que lhe seria oferecida na localidade que o viu crescer: Cercedilla. Foi lá que foi plantada uma estátua em sua homenagem, e em seu discurso ele defendeu que é possível ser feliz com a doença e que a vida é um presente que não deve ser negado e do qual sempre se sai vitorioso. A única coisa que sentiu falta e se arrependeu de não poder fazer foi ser avô. Faleceu aos 56 anos e com uma carreira repleta de vitórias.